sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Mais um dia

Meu celular começa tocar, e eu ouço o som da música que marca o fim da minha noite e o início de um dia longo de trabalho. Com a cabeça totalmente coberta pelo meu edredom, ouvia aquele som alto mas abafado, tateei a cama até achar o meu despertador, apertei o botão para desligar a música, continuei mais alguns instantes de olhos fechados enquando meu cérebro começava a mandar ordens para os meus musculos se moverem, lentamente eu sentei na beira da cama. O gélido chão bateu como um choque no meu corpo quente, o que me fez abrir os olhos.
Me joguei para frente para tentar ficar em pé, e logo que consegui, um milhão de imagens passaram pelos meus olhos, foi como se alguém tivesse posto aqueles filmes de fotos nos meus olhos e estivesse me forçando a ver. Sim, era o meu objeto de desejo, era a pessoa que meses antes me dava motivo para sorrrir de verdade e me fazer trabalhar ansioso, contando as horas para que pudessemos nos ver novamente.
Fique meio tonto, minhas pernas fraquejaram por alguns instantes, mas logo ouvi uma voz que dizia para eu seguir em frente. Me virei e peguei o celular para olhar as horas, eram apenas 06:35hs, estava meio frio, choveu durante toda noite e quando eu sai do quarto e estava na varando e vi aquele orvalho que tinha acabado de cair no chão da minha varanda, peguei minha toalhe e voltei para o quente da minha casa. Entrei no banheiro e sentei sobre a tampa da privada e coloque as mãos no rosto, como se quisesse apagar aquelas memórias que não saiam da minha frente.
Sai do chuveiro e fiquei parado na frente vapor que se formou no espelho, bom, quando eu estava sempre feliz e de bem com a vida eu deixava alguma mensagem escrita, desejando um bom dia, dizendo que amava minha familia (mãe e irmã), mesmo sabendo que ninguém nunca leria, mas dessa vez eu não deixei nada, somente olhei para a fumaça e voltei um pouco no tempo, comecei a lembrar das partes felizes que vivi, de que estava trabalhando iria completar 3 meses já, depois pensei que como estava garoando eu iria ter que pegar o guarda-chuvas para abrir o portão para minha irmã sair com o carro, e mais uma vez, comecei a pensar naquela pessoa.
Passei a mão no meio do espelho, meu rosto apareceu com o semblante baixo, abri a torneira de agua gelada e joguei um pouco no rosto. Fui para o quarto e troquei de roupa, voltei a minha rotina diaria, 07:52hs estava no portão, já havia me despedido dos meus avós que sempre estão acordados quando eu saiu prar ir trabalhar e estava esperando minha irmã pegar a bolsa e ir ao meu encontro, me virei e olhei a rua, a chuva estava começando a cair e então senti vontade de me molhar mais um pouco, então deixei o guarda-chuvas de lado e fui na chuva mesmo, senti cada gota cair na minha pele separadamente, mesmo geladas eu adorei, me senti ganhando forças e deixando para trás memórias das quais estava disposto a esquecer, mas quem disse que eu conseguia?
Bom, chegado na empresa, não havia como não lembrar da minha paixão juvenil, pois a loja que fica exatamente na frente é de uma conhecida, que por ironia do destino também conhece quem eu queria esquecer, mas sempre que eu passo nas escadas meus olhos escapam e fitam a loja, logo, mais imagens de seus sorrisos, de seus olhares e de tudo o que eu vi de mais belo voltar a queimar meus olhos.

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